Sobre autores

Li em algum lugar (não me recordo onde) que a diferença entre um autor publicado e um não-publicado é que o autor publicado tem prova física das horas gastas em frente do computador, das noites de sono perdidas para ajeitar uma história.
Nunca tinha pensado disso dessa forma, mesmo porque eu nunca entendi quando é que uma pessoa de fato se torna um autor. Se fosse considerar a evidência do aparecimento de uma escrita pessoal, todo mundo que já fez uma redação na escola é um autor. Eu gosto dessa interpretação. Somos todos autores. Alguns são autores de pequenas frases, de pequenos textos. Outros são autores de grandes frases, de grandes textos, de pequenos ou grandes livros.
Acho que a minha diferença deveria mudar de direção, então. Publicado e não publicado... complicado, também. Muitas vezes o autor está buscando a publicação, só não descobriu ainda a editora que topasse a ideia. Ele é menos autor por causa disso? Acho que não.
Acho se é para criar rótulos (coisa que eu não sou exatamente fã, mas estou sentindo a necessidade por falta de me enquadrar em algum grupo), acho que o melhor seria 1) escritor casual: aquele dos pequenos textos e redações, que nunca se importou em ampliar o seu público leitor; 2) autor ou escritor: o publicado ou  não publicado, reconhecido ou não reconhecido, que escreveu uma obra, que desenvolveu personagens, que passou horas diante do computador para fazer uma cena dar certo.
A verdade é que mesmo qualificando dessa forma, eu não sei onde eu me encaixo. Digo que sou aspirante e, provavelmente, serei aspirante pelo resto dos meus dias. É que aspirar, desejar alguma coisa, é o que me define. Se eu não desejar escrever, se eu não desejar aperfeiçoar uma história, eu não irei fazer literatura. Talvez ser aspirante, então, não seja tão ruim assim. Numa dessas, nós poderemos até encontrar alguns aspirantes famosos pelo meio do caminho. Numa dessas...